É um problema antigo. A construção da segunda ponte que vai ligar os dois países, Brasil e Paraguai, está prevista desde 1992. Até nome ela já ganhou, a Ponte da Solidariedade. Em junho de 2015, o Ministro dos transportes, Paulo Sérgio Passos, esteve em Foz do Iguaçu, onde assinou o contrato e a ordem de serviço para a construção.
A previsão era que a obra ficasse pronta já em 2017, mas um entrave atrapalhou os planos. É que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, IBAMA, questiona sobre o solo onde deve ser construída a ponte. O arquiteto, Nilson Rafain, tem o projeto pronto e, segundo ele, o problema não é só ambiental, mas também político e social.
"Quem quer manter a ponte no local que foi licitado não quer que ela se realize porque ela é completamente inviável, irregular. Tem 21 graves irregularidades. O IBAMA não pode aprovar e não vai conseguir aprovar.
Qualquer cidadão brasileiro pode embargar essa obra. Então estamos propondo um acordo internacional, porque nós queremos uma ponte sim, mas uma ponte para turismo. A proposta é que ela seja deslocada 720 metros de onde seria construída", explica.
O arquiteto explica que mudança de local onde será construída a segunda ponte é questão de logística, mas também social. Segundo ele, essa alteração não vai somente tirar os veículos pesados que circulam pelo Centro da cidade. Vai também dar oportunidade de empregos e valorizar o turismo trinacional.
"Queremos uma ponte turística, com um parque turístico trinacional para dobrar o tempo de permanência do turismo e gerando seis mil empregos formais diretos. Mercosul não é apenas para caminhões e mercadorias. Nós nos preocupamos com um parque trinacional", diz o arquiteto.
A construção da segunda ponte tem como principal objetivo desafogar o trânsito da Ponte da Amizade, que também faz a ligação entre Brasil e Paraguai e liberá-la apenas para veículos de passeio. Só para ter uma noção, por dia neste ponte, passam aproximadamente 10 mil veículos.
"O trânsito para passar de caminhão vai agilizar", diz o caminhoneiro.
A prefeita em exercício, Ivone Barofaldi, garantiu que todos os problemas já estão sendo resolvidos, principalmente em relação ao IBAMA. Segundo a prefeita, a obra que prevê o custo de pouco mais de R$ 233 milhões, já tem nova previsão para começar.
"A segunda ponte está bem avançada, tivemos uma reunião com o DNIT. A área já está reservada, vai ser colocado maquinário e a segunda ponte, nós tínhamos só um problema de IBAMA, mas parece que já está resolvendo e pode ser que a ponte comece a ser construída ainda no mês de agosto. Ela já está certa e esse dinheiro já está reservado", diz a prefeita.
O local onde é para ser construída a segunda ponte não tem nada, nenhuma placa avisando que será aqui a construção. Mas segundo o projeto, a ponte que terá 760 metros de extensão e 19 de largura será construída sob o Rio Paraná, entre as cidades de Presidente Franco, no Paraguai e Foz do Iguaçu.
Buscando agilizar o processo, o senador Álvaro Dias se reúne com autoridades em Brasília. O senador conta que já conversou com o embaixador do Paraguai e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, para tratar do assunto e buscar solução.
"Segunda ponte em Foz do Iguaçu é muito importante para o Paraná e para o Brasil. Vem sendo trabalhada há 20 anos politicamente e há agora um entrave burocrático. Consta que falta o projeto executivo adequado da parte do DNIT, especialmente da área ambiental. Teremos uma reunião técnica brevemente para tentar retirar essa pedra do meio do caminho, que atrapalha o início das obras", ressalta o Senador.
Redação Catve.com
