Matagal em escola preocupa pais do Bairro Canadá

Para muitos pais, o dia da volta às aulas é de alívio. Mas para quem tem os filhos na Escola Teotônio Vilela, no Bairro Canadá, por exemplo, o retorno das atividades trouxe preocupação. O lugar até parece um lugar abandonado, mas não é. Mais de 400 alunos e um cenário de abandono e descaso com a educação. "Dá medo, com essa questão do mosquito da dengue. Olha o tamanho desse mato e se estiver algum foco, alguma coisa assim", comenta a zeladora Elza de Oliveira. Ex-funcionária da escola, Eliane da Rosa tem uma filha de oito anos estudando no local e por isso fica indignada com o que acontece. Até porque, além da possibilidade de focos do mosquito da dengue, a escola enfrenta problemas ainda maiores. "É uma situação constrangedora, porque a gente traz os filhos para poder ter um espaço adequado para educação e chega nessa situação aqui. Parque não tem, ele está tomado pelo mato". Aqui nesta região, até cobra já foi encontrada. A própria equipe de limpeza teve que retirar quatro cobras no ano passado. Enquanto isso, os alunos correm risco, porque o mato em frente a uma sala de pré-escola, onde os alunos de quatro anos dormem aqui e correm os riscos durante o período de aula. A prefeitura confirma que a empresa responsável pela limpeza está finalizando o serviço nas 60 escolas municipais de Cascavel. Mas cansados de esperar, os próprios pais se mobilizam para melhorar o ambiente de estudo dos filhos. É o caso do segurança Gilson Bearzi, que pensando no bem do filho de três anos e de todas as crianças, resolveu fazer o que é obrigação da prefeitura, com as próprias mãos. "De manhã vamos tentar conseguir mais gente e vamos vir cortar o principal, porque um monte de criança é perigoso com esse matagal. Com certeza deve ter bichos, mosquitos da dengue, tudo mais. A prefeitura fala que tem que evitar a dengue e cuidar, mas olha a situação que está aqui, no começo das aulas", afirma o segurança. Os desafios não param por aí. A Escola Municipal Teotônio Vilela é constantemente alvo de assaltantes, as marcas do arrombamento permanecem. Aparelhos de televisão, extintores, lâmpadas foram levados. A escola precisa arcar com os reparos, mas além de prejuízo fica a sensação de insegurança. "Você vê que está praticamente abandonado, que parou, chegou o recesso das aulas e eles tinham que manter pelo menos a manutenção, para que a gente chegue e encontre um lugar pelo menos mais adequado para os nossos filhos", comenta o frentista José Carlos de Souza. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que diversas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) têm mato alto nos pátios e que as equipes não estão vencendo fazer a roçada devido as chuvas frequentes e do calor.

Jornal da Catve 2ª Edição