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Caso Vrajamany: após um ano, inquérito policial ainda não teve resultado

O menino perdeu o braço após ser atacado pelo tigre Hu do Zoológico de Cascavel


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Há um ano, o mundo voltou a atenção ao episódio ocorrido em Cascavel. No dia 30 de julho de 2014, a brincadeira do menino Vrajamany da Rocha se transformou em tragédia. O garoto teve o braço dilacerado ao tentar acariciar o tigre Hu no Zoológico Municipal. A criança, acompanhada do pai e do irmão mais novo, pulou a grade que limita o acesso dos visitantes e em várias jaulas de felinos provocou os animais. Pai: Dá, dá, dá filho dá... Vrajamany: Ele não vai pegar... Pai: Ele não vai pegar, mas vai se divertir... A última tentativa de interação foi com o tigre que fez o ataque quando o braço do menino foi colocado na jaula; Vrajamany foi operado no Hospital Universitário e teve que amputar o que restou do braço direito. O menino que é de São Paulo, dias depois voltou para casa acompanhado da mãe e do padrasto e garantiu que estava bem. Como doação, Vrajamany ganhou de um empresário uma prótese com desenho personalizado. Por telefone, Mônica, mãe do garoto atualizou como ele e a família estão um ano depois. Vrajamany se adaptou bem a prótese. "Ele fez a reabilitação e recebeu alta no final de junho e foi indicado para fazer um esporte", diz Mônica. Segundo ela, a relação com o pai é a mesma de antes, tanto que assim como há um ano, o menino está em férias de novo sobre a guarda do pai. Recentemente, o nome da criança voltou a ser comentado na cidade. A secretaria de esportes cogita chama-lo para carregar a tocha olímpica, que passará por Cascavel. Mônica diz que houve o contato prévio, mas não teve nenhuma confirmação. "Só recebi uma mensagem pelo facebook. Mandaram uma mensagem também pra ele dizendo que a Prefeitura entraria em contato. Só que até agora, ninguém entrou em contato. Nós estamos aguardando", esclarece Mônica. A lembrança do ocorrido não está somente na cabeça do menino. A equipe do Zoológico também ficou marcada pelo episódio. "Um acidente desse vai ficar na nossa memória. Ninguém gostaria que tivesse acontecido", diz Veterinário do Zoológico. Nesse período há poucas mudanças no local. A principal é placa com um texto bem específico "Cuide dos seus filhos e não os exponha a riscos". Lema seguido a risca pelos pais que tem passado pelo Zoo. "Eu não sei como o pai do garoto foi deixar ele pular lá e ficou filmando. É irresponsabilidade, não pode mesmo", diz Olivo Pelissari. "A gente sabe que foi um ato de irresponsabilidade do pai da criança, ficou evidenciado isso", diz advogado, Julio Cesar Martins. E até que é pequeno sabe do perigo. "Não pode entrar porque o tigre morde", diz visitante do Zoológico, Sara. Alterações para aumentar a segurança como a altura da grade e a largura dos buracos, porém, não aconteceram, pois segundo o veterinário, o Zoológico sempre esteve adequado. "O Zoológico sempre esteve das conformidades de segurança. Nós fazemos o trabalho de manutenção visando, justamente, manter essa segurança", diz veterinário do Zoológico, Ilair Dettoni. E Hu segue como uma das principais atrações do parque. O recinto dele sempre está rodeado de gente. O animal tem quatro anos de idade e é descrito como dócil pela equipe. Na época um inquérito foi aberto na Polícia Civil de Cascavel. Porém, até hoje, um ano depois, ainda não foi concluído. Depoimentos de pessoas de outros estados atrasaram o processo. "Tem ainda uma carta precatória, estamos aguardando que vem de São Paulo. Oitiva da mãe da vítima e documentos periciais que estão sendo juntado aos autos para que o delegado, que é o Dr. Rodrigo Batista do Santos, que atende no 1º Distrito Policial possa, ao final, concluir", diz assessor de imprensa da Polícia Civil, Reinaldo Bernardini. A investigação analisa uma possível culpa do pai ou das pessoas que assistiram a ousadia do menino e não tomaram nenhuma atitude. "Esse inquérito pode resultar em tipificação criminal de lesão corporal culposa, atribuindo-se a esta irresponsabilidade ao pai da criança ou ao responsável, ou quem estivesse sobre a guarda e as demais pessoas que estavam próximas, sendo caracterizado que havia a possibilidade de impedirem este fato", diz assessoria imprensa PC.

Jornal da Catve 1ª Edição

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