O secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, alvo de críticas após o confronto ocorrido na semana passada, comentou durante entrevista na segunda-feira (4) o posicionamento do presidente do PSDB do Paraná, o deputado Valdir Rossoni.
No domingo, Rossoni usou o Facebook para se posicionar sobre a ação policial. Após a repercussão ele apagou e republicou o texto ontem.
O deputado pediu a exoneração do secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira e dos responsáveis pela ação que acabou com mais de 200 feridos.
Texto publicado por Valdir Rossoni:
"Nos dias das votações que geraram confronto na praça eu estava em Brasília. Lá, tomei conhecimento dos fatos através da imprensa, com informações desencontradas. Ao voltar ao Paraná, assisti as imagens e, a partir do que vi, tirei algumas conclusões, que seguem:
1) A ação da policia foi desproporcional e desnecessária. Mas sei que se a tropa agiu daquela maneira, foi por ordem do comando. Não era o caso de se fazer uso de balas de borracha, cães, etc
2) O secretário da Educação está fora do contexto da pasta. É um ótimo técnico, seria muito útil na Copel, na Sanepar, por exemplo, mas não está preparado para a área da Educação.
3) Espero que o governador, em nome dos seus eleitores e do seu partido, tome medidas imediatas para mudar o rumo da situação. Por mais que a APP-Sindicato faça o jogo do PT, o diálogo é fundamental na articulação política, preservando a autoridade do governador. Do contrário, estarão dando munição a um sindicato pelego do PT.
4) A grande maioria dos professores e dos funcionários públicos não tem informação correta do que foi aprovado. É preciso esclarecimento.
Sim, houve excessos por parte do comando da Segurança. Também houve má fé por parte da APP, que desvirtuou a verdadeira intenção do projeto. Somos todos paranaenses e esta situação interessa somente a quem tem olhos para os votos da próxima eleição.
Espero - e tenho certeza - que o governador, com profunda análise dos fatos, tenha clareza para tomar as medidas necessárias que restabeleçam com urgência a verdade e a tranquilidade do povo paranaense. A começar pelos responsáveis pelas atitudes desmedidas, pelos desmandos, pelos exageros.
Que sejam demitidos ou que peçam para sair.
Em nome da paz, do entendimento, do estado do Paraná e de seu povo."
CRITICADO
Questionado, Fernando Francischini disse que seu futuro no governo pertence ao governador.
"Meu cargo é do governador. É livre exoneração e não vejo problema nenhum. Acho normal o deputado fazer as críticas e o posicionamento dele. Quem ocupa uma posição pública como eu que tenho 28 mil presos numa pasta, 30 mil policiais, que sai de uma greve de professores e entra de caminhoneiros e depois passa por problemas de MST no interior, depois eu volto para rebelião em presídio, todos os dias eu faço gerenciamento de crise".
"Eu tenho que me acostumar com as críticas" .
"Minha posição está disponível para o governador, ele que decide a permanência do secretário", disse Fernando Francischini.
Ele também considerou normal a posicionamento do presidente estadual do PSDB Valdir Rossoni. Segundo o secretário, o gerenciamento das crises tem atrapalhado o desempenho da secretaria de Segurança no Paraná.
Redação catve.com
