Sindicato dos professores é notificado, mas liminar não garante retorno

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) foi notificado oficialmente na manhã desta segunda-feira (2) sobre a liminar que determina 30% dos professores do terceiro ano do Ensino Médio retornem às atividades, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A decisão, porém, não garante o encerramento da greve ou retomada das aulas e a APP promete recorrer da decisão ainda nesta tarde de segunda. A justificativa da ação é que existe risco evidente e irreparável do conteúdo para os fins do concurso vestibular, provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e recomposição do calendário escolar. Porém, a APP-Sindicato já havia informado no sábado que a ordem não seria cumprida. "A assembleia marcada para quarta-feira (4) é soberana e não há como voltar às aulas antes disso", afirmou o presidente da APP, Hermes Leão. Segundo o governo, o comando de greve dos professores não teria honrado um acordo, o que levou o Estado a entrar na Justiça. "A parte que cabe ao Estado está sendo integralmente cumprida. Foi com surpresa que recebemos no fim da tarde de sexta-feira a informação de que novas reivindicações seriam encaminhadas pelo sindicato dos professores. Trata-se de um claro desrespeito com as famílias e os estudantes paranaenses", disse o governo em nota. A greve foi deflagrada pelos educadores no dia 7 de fevereiro, em assembleia com mais de 10 mil trabalhadores e completa 22 dias. Segundo a APP, a direção da entidade e o departamento jurídico realizaram um amplo debate sobre o relatório, que contém 17 páginas. "O sindicato orienta que a categoria continue mobilizada, não retorne às escolas neste momento e que se mobilizem para participar da assembleia da categoria, que será realizada na próxima quarta-feira, onde educadores avaliarão as propostas apresentadas pelo governo e o andamento da greve", conclui o sindicato.