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Ministério Público do DF debate políticas de combate a discriminação

Políticas de enfrentamento ao preconceito a LGBTs foi o tema central do evento


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A necessidade de fortalecer políticas públicas que deem respostas adequadas aos problemas gerados pela intolerância e a discriminação LGTB foi o tema central da audiência pública, hoje (31), no Núcleo de Enfrentamento à Discriminação, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A promotora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Renata Coelho, confrontou a discriminação institucional, em relação à empregabilidade para a população LGBT, em especial as transgêneros. "Não podemos esquecer o trabalho. Temos conhecimento de casos de pessoas que são completamente capazes de assumir papéis importantes no mercado de trabalho, mas que por conta de sua orientação, não conseguem emprego. Muitas vezes, se conseguem, não tem a mesma oportunidade de ascensão na carreira", disse a promotora. Renata Coelho acrescentou que a discriminação na hora de conseguir um emprego é visível e que não se restringe apenas a um ou outro grupo. "Nós temos 50% da população, segundo o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], formada por negros. No MPT eles são apenas 5%. Dá para contar nos dedos quantos procuradores federais negros existem no país", frisou. No caso da população transexual, o próprio atendimento em hospitais, por, exemplo, constitui um quadro que gera desconforto. É o que argumenta a transexual Bianca Moura de Souza, funcionária pública e militante na organização pelos direitos LGBT, Nave Trans. "A gente, da comunidade LGBT, luta também para poder conseguir que as meninas transexuais sejam chamadas pelo nome social delas. Muitas deixam de ir aos centros de atendimento porque na hora de serem chamadas, ainda que com as roupas que identifiquem sua identidade, o nome masculino seja gritado", ressalta. Bianca Moura avalia ainda que a mídia tem uma parcela de culpa na discriminação das pessoas transexuais por serem sempre retratadas no submundo. "A gente percebe que a mídia trabalha essa população como pessoas envolvidas em um mundo exclusivo de violência e drogas. Também somos sempre representadas como pessoas mal realizadas profissionalmente, sem capacidade para ocupar outra posição que não a de uma prostituta, por exemplo".

Agência Brasil

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