Política

Mais conservador, Congresso deve emperrar pautas liberais

Bancadas que se opõem a mudanças em temas de direitos civis


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eleição de um Congresso Nacional ainda mais conservador, com maior presença de legisladores ligados às bancadas ruralista, evangélica e de segurança, deve emperrar o avanço de pautas de cunho liberal, como o aumento dos direitos da comunidade LGBT. Um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que a bancada evangélica da Câmara, maior opositora das demandas do movimento LGBT, deve contar com pelo menos 82 deputados federais em 2015. Em 2010, eram 70 legisladores, um crescimento de 17%. "A perspectiva é muito ruim. Se antes já havia dificuldades de aprovação de projetos ligados à comunidade LGBT, agora a dificuldade vai ser muito maior. Com esse cenário, provavelmente, nada vai ser aprovado", afirma Suzana Viegas de Lima, professora de Direito Civil da Universidade de Brasília. Sem expectativa de avanços Entre os candidatos mais votados ficaram Celso Russomano (PRB/SP), que se declara católico, mas possui uma estreita ligação com grupos evangélicos, e já afirmou abertamente ser contra o casamento gay. E Marco Feliciano (PSC/SP), acusado de homofobia e racismo. A bancada evangélica é bem mais expressiva do que os 37 candidatos eleitos que declaram apoiar a causa LGBT. Entre eles, o mais conhecido é o deputado reeleito Jean Wyllys (PSOL/RJ), que aumentou em 11 vezes seus votos em relação a 2010. "A dificuldade que um Congresso conservador pode impor à pauta legislativa não significa necessariamente a derrota política. Além disso, o PT continua tendo a maior bancada e isso faz muito diferença. Juntando o PT, PTB e o PSOL podemos fazer obstrução em pautas que sejam do interesse dos conversadores, assim que se faz o jogo político, para que eles cedam também nas pautas que são importantes para as minorias", afirma Wyllys à DW Brasil.

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