Câmara Municipal de Curitiba amanhece cercada pela PM em dia de votação

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) amanheceu nesta terça-feira (20) com um imenso aparo da Polícia Militar (PM) a horas do início da votação do pacote de ajustes fiscais enviado pela Prefeitura de Curitiba. Por estratégia, o comando-geral não divulga o número de policiais militares que estão na operação, mas estima-se que cerca de 400 estejam ao redor da CMC, fazendo bloqueios parciais. Segundo o coronel Péricles de Matos, do 1º Comando Regional da PM (1º CRPM), o pedido de presença dos militares partiu de duas vertentes. A sessão começa às 9 horas, mas vereadores da base já estão dentro da CMC desde as primeiras horas da manhã reunidos na sala presidencial discutindo estratégias que garantam a aprovação do pacote. Na outra ponta, a vereadora Noemia Rocha (PMDB) que articula a tentativa de 13 assinaturas de colegas do legislativo para conseguir a retirada do regime de urgência. A coordenadora do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, Irene Rodrigues, rechaçou a presença em peso da polícia na manhã de hoje e acusou a Prefeitura de Curitiba de tentar aprovar uma medida impopular. "Estamos perplexos porque o aparo policial montado aqui, hoje, revela a necessidade de aprovação desse "pacotaço" e, se uma lei precisa de tanto aparato para ser votada, alguma coisa está errada. Isso nos dá ainda mais convicção de que precisamos fazer o debate com a sociedade, que não foi feito. Se a Prefeitura tem segurança de que está fazendo o melhor para a cidade, não precisava de tudo isso e a população estaria ao lado do prefeito. Mas, não está acontecendo disso", criticou. Durante a sessão, apenas 20 servidores poderão entrar para acompanhar a votação. "Quando esses vereadores foram pedir voto, foram de cara limpa e não com esse aparo policial. Por que hoje quando estamos aqui para cobrar o voto eles estão com tantos policiais? Não estão sendo transparentes, quando se abre apenas vinte cadeiras para uma votação assim tão importante não é a democracia que está sendo feita", finalizou Irene.