O acordo de delação premiada do ex-diretor-geral do DER. Nelson Leal, proposto ao MPF (Ministério Público Federal) prevê perda de imóveis em troca de alguns benefícios de redução da pena. Condenado a 30 anos de prisão sob acusação de fazer parte de um esquema de desvio de recursos envolvendo contratos de pedágios envolvendo a empreiteira Triunfo e a concessionária Econorte, que explora a BR-369. No conteúdo do acordo, que foi homologado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, Leal perderá um apartamento em Balneário Camboriú e uma casa em Curitiba. Os benefícios: conversão da pena de 30 anos por prisão domiciliar com tornozeleira por um ano; outros dois em regime aberto também com tornozeleira e proibição de sair à noite e fim de semana. Depois disso, ele prestará serviços comunitários, seis horas por semana. Leal foi preso no fim de fevereiro na 48ª fase da Operação Lava Jato, que recai sobre os pedágios. Ele deixou a Superintendência da PF (Polícia Federal) no fim de maio, quando passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Em um depoimento colhido, anexado pelo PF, Leal admite que recebeu recursos oriundos do esquema criminoso e que comprou um apartamento em Camboriú. Segundo Leal, a associação durou do início de 2011 até o fim de 2014. Em depoimento, ele disse ainda que o DER tinha conhecimento dos superfaturamentos dos itens de insumos nas tabelas propostas comerciais das concessionárias. Ele diz que a fiscalização do Ministério dos Transportes não foi induzida ao erro porque não havia fiscalização e que os relatórios eram meras formalidades. Leal admitiu as acusações de lavagem de dinheiro e que usou os recursos obtidos nos esquemas criminosos para aquisição de um apartamento em Balneário Camboriú para o aluguel de uma embarbação e para o depósito em uma conta corrente.