Uma decisão tomada nesta quinta-feira (19) pelo COU (Conselho Universitário) da Unioeste promete acabar com o problema da distribuição desproporcional de horas/aulas entre os professores a partir de 2019. O COU ratificou a criação de uma comissão que vai implantar a isonomia na dedicação dos docentes aos cursos de graduação. Na prática, significa que todos os professores, incluindo os 250 mestres e 720 doutores, terão que dar aulas nos cursos de graduação, e não apenas nos cursos de mestrado e doutorado. Embora seja a contragosto de alguns, a tática deve diminuir eventuais problemas de falta de professores na universidade. A comissão será composta por oito pessoas, sendo cinco membros do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) e mais três do COU. O reitor da Unioeste e presidente do COU, Paulo Sérgio Wolff (Cascá), defende que essa isonomia é necessária para não sobrecarregar somente alguns docentes em detrimento dos demais com aulas na graduação, que é um dos pilares da universidade. "Numa organização pública qualquer mudança causa contentamento e descontentamento. Para ter mais qualidade no curso de graduação. Há necessidade de ter isonomia no número de aulas para não sobrecarregar os demais professores", afirmou Cascá, para o blog. Num universo de 1,2 mil professores, 97% dos docentes têm mais aulas na graduação, enquanto 3%, 36 professores, têm suas jornadas concentradas na pós-graduação. A maior dificuldade de equilibrar as aulas está em alguns cursos de licenciatura. A ideia é seguir o que preconiza a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) que prevê 8h/aula na graduação e mais atividades de extensão e pós-graduação. ?Vamos esclarecer e regulamentar quais as necessidades das aulas em função da LDB. Cabe a gestão dar encaminhamento a isso. Como as aulas de 2018 já estão distribuídas, a comissão vai estabelecer as normas de isonomia para 2019?, explica. CARGOS COMISSIONADOS Outro assunto polêmico que vai ser estudado e deliberado pelo COU são os falados cargos comissionados da Unioeste. O Conselho maior da universidade vai avaliar o desempenho e utilidade dos cargos em comissão da Unioeste, que atualmente está casa dos 600 para os cinco campi. Cascá prevê que esse processo de avaliação trará mais transparência e os resultados devem apontar se os cargos são ou não bem utilizados. ?Essa avaliação deve ser feita ?o mais rápido possível? para que sejam apresentados resultados de forma que a gestão da Unioeste tome as devidas providências?, diz o reitor. Os cargos comissionados da Unioeste geram críticas recorrentes ao reitor. Inclusive porque há mais cargos na Unioeste que na Prefeitura de Cascavel, por exemplo, onde há cerca de 150 cargos externos. Apesar das críticas, o reitor tem mantido todas as nomeações sob alegação de que todos os nomeados externos, ainda que de indicação de políticos, são necessários para o funcionamento da universidade que é limitada para a contratação de efetivos.