Debater a liberação da venda de bebidas alcoólicas em eventos esportivos é tocar em algo que custa caro para muita gente: a liberdade individual, já tão invadida pela sociedade com tantas proibições.
Acima dessa liberdade, também está outra garantia constantemente violada, que é a segurança, também estrangulada nos estádios de futebol, vide o noticiário sobre a violência entre torcidas.
Óbvio que há muito mais que doses de álcool por trás das rixas entre torcidas, mas no caldeirão inflamável que têm sido os estádios de futebol, a bebida alcoólica é o coquetel molotov.
Paralelo a essas questões mais amplas, temos de reparar nas entrelinhas da forma como esse projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa.
Houve pressa, com direito a aprovação de emendas no mesmo dia e sessão extraordinária. Sem dar muito tempo para a população dar seu palpite, afinal, o resultado de uma consulta popular é bem previsível.
Em Cascavel, os vereadores acusam o projeto de ser encomendado para atender interesse do setor que comercializa a bebidas alcoólicas.
Romulo Quintino (PSL) usou a tribuna e fez a afirmação.
"Temos uma clara manobra de interesse comercial", disse o vereador.
Suspeita reforçada por uma emenda para que 20% de todo chope e cerveja disponíveis para compra seja de produção paranaense.
Todos deputados cascavelenses, André Bueno (PDT), Adelino Ribeiro (PSL), Professor Lemos (PT) e Marcio Pacheco (PPL), votaram contra. Embora o projeto já tenha sido aprovado, os vereadores prometem levar adiante uma moção de repúdio à Assembleia Legislativa por ter aprovado a liberação.
O vereador Alécio Espínola (PSC) está "puxando" esta moção que, segundo ele, foi assinada pela maioria dos vereadores e, para ser enviada à Alep, precisa ser aprovada em plenária.
Na Alep, o projeto volta a pauta de hoje pra aprovação em redação final.
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